Friday, April 28, 2006

Governabilidade e instituições

Para governar, sobretudo para governar bem, não basta querer: são necessárias instituições adequadas, competência e ética.

Uma das preocupações que tenho em relação ao futuro do país se relaciona com a governabilidade, particularmente após os escândalos de 2005. Este é o teor de alguns artigos, como o publicado no Jornal do Brasil de 17/08/2005, A crise depois da crise

Suicídios

Os suicídios são área de interesse acadêmico e humano. Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que construíram muito em suas vidas, que amaram e ajudaram outros, que pensaram seriamente em terminar suas próprias vidas em algum momento. Conhecí outras que se mataram. Promessas que nunca se completaram. Por isso estudo e pesquiso o tema, tendo , inclusive, iniciado pequena polêmica com jornalistas a partir de artigo que publiquei n'O Globo, baseado no que transcrevo a seguir:

MÍDIA, SUICÍDIOS E CONTÁGIO

Detalhar, na mídia, um suicídio não é, apenas, uma questão de mau gosto, de falta de respeito com o suicida e a sua família: é, também, um estímulo a outros suicídios. Recentemente, Madelyn Gould fez uma revisão, publicada nos Anais da Academia de Ciências de Nova Iorque, das pesquisas sobre as relações entre a divulgação de suicídios pela mídia e a elevação das taxas de suicídio. Ela descreveu quarenta e uma pesquisas baseadas em casos reais e e vinte e oito baseadas na divulgação de casos fictícios (como em telenovelas). Organizando os dados, vejo que os suicídios aumentaram em 71% dos casos reais divulgados e em 57% dos casos fictícios. Os aumentos discutíveis representam outros 12% dos casos reais e e 18% dos fictícios. As pesquisas com casos reais foram feitas em nove países e as com casos fictícios em quatro. Outra pesquisa, de Hampton, feita em hospitais psiquiátricos e postos de emergência imediatamente após a divulgação de um suicídio usando um determinado ingrediente, mostrou que 20% dos que tentaram afirmaram terem sido levados à decisão pelo caso contado e outros 10% decidiram usar aquele ingrediente, mas a decisão já teria sido feita. O conhecimento de que a divulgação de suicídios aumenta a probabilidade de novos suicídios, levou vários países a implementar recomendações à mídia, entre eles Alemanha, Australia, Áustria, Canadá, Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia, Suiça, além de apoiados pela Organização Mundial de Saúde e o CDC – Center for Disease Control. Os resultados foram bons: na Áustria, os suicídios foram estudados por Etzersdorfer, Sonneck e Nagel-Kuess, que constataram uma diminuição de 7% já no primeiro ano, de 20% em quatro anos e nada menos do que 75% nos suicídios usando um meio comumente usado em Viena. Há ampla evidência de que alguns suicídios se agrupam no tempo. Dificilmente há ondas, mas há clusters, termo usado pelos pesquisadores que poderíamos traduzir por agrupações. Também há evidência de que mulheres e jovens são mais suscestíveis ao contágio. Outras pesquisas focalizaram a matéria, chegando à conclusão de que o destaque, tamanho e repetição das publicações também influenciam o aumento de suicídios: quanto maior, pior. O Brasil necessita de uma série de diretrizes, baseadas na experiência de pesquisadores em países diferentes e não em chute. Infelizmente, o suicídio é bastante comum e as taxas estão crescendo em algumas faixas de idade. É, realmente, notícia? Algumas diretrizes, adotadas e sugeridas por especialistas internacionais, incluem limitar o destaque e o tamanho, não colocar fotos, evitar detalhes e, sobretudo, evitar informações sobre o meio e o local, evitar tratar o suicídio como algo que ele não é – um ato misterioso em pessoas normais, comuns; um ato heróico, romântico, ou racional – e enfatizar o que ele é com muita frequência: o resultado de problemas mentais que podem ser tratados com sucesso. Uma ação construtiva é dar informações sobre onde há e como encontrar tratamento. Não se trata de ocultar os suicídios, nem de ofensa à liberdade democrática. Há, todos os dias no nosso planeta, um infinito de ações humanas, comuns e correntes, muitas delas felizes. Não são noticiadas. Jornais, rádios e televisão selecionam e têm que selecionar. Ninguém parece achar que não publicar os risos e as alegrias são uma forma de censura, mas eles raramente são notícia. A ocultação é um fenômeno diferente, é deixar intencionalmente de publicar algo cuja existência pode afetar a população, como fez a ditadura militar, ocultando uma epidemia de meningite. Existe, também, ocultação quando a mídia, voluntariamente ou coagida, deixa de publicar informação para preservar um governo ou até um sentimento de exagerado patriotismo, como foi e continua sendo o caso da cobertura da guerra no Iraque nos Estados Unidos. Diferem, e muito, de evitar a publicação de suicídios ou seu destaque sabendo que, em si, a publicação pode causar malefícios. Violar diretrizes que evitam mortes com um olho nos indicadores de audiência e publicidade é pior do que engano e incompetência, é safadeza.

Gláucio Ary Dillon Soares

IUPERJ e CESeC


O poder das pessoas

É importante salientar quanto podemos fazer, o poder que Deus colocou em cada um de nós. Escreví alguns artigos sobre pessoas comuns que fizeram muito nesta vida.


SALVANDO VIDAS

Há pessoas que se dedicam a salvar vidas, mas que não são conhecidas do público. Luis Riogi Miura é uma delas. Miura, formado em Direito e Psicologia, ingressou por concurso na Polícia Civil do Distrito Federal. Foi um dos principais artífices do Paz no Trânsito, programa que começou como iniciativa da sociedade civil e foi apoiado pela administração de Cristovam Buarque, governador do Distrito Federal, então no PT. Participaram estudiosos da Universidade de Brasília, igrejas, escolas, empresas, com o firme apoio do GDF. O jornal de maior circulação da cidade, o Correio Braziliense, publicou uma série de matérias iniciadas em 18 de agosto de 1996, essenciais para mobilizar a população. De 1995 a 1998, o Paz no Trânsito reduziu as vítimas fatais de 11 para 5,5 por 10 mil veículos rodados, em Brasília. Em 1995, morreram 825 pessoas, contra 431 mortos em 1998, uma queda de 48% a despeito do aumento da frota. A velocidade média caiu de 90km/h para 55 km/h. Os hospitais estavam abarrotados, mas em um ano o número de pessoas pessoas feridas no trânsito foi reduzido à metade. Significou uma redução de gastos de 60 milhões de dólares e a liberação de leitos para atender outras pessoas. O programa foi tão bem sucedido que uma pesquisa de opinião revelou que era apoiado por 96% da população. A primeira pesquisa, no início do programa, dera 16% de aprovação.

Não obstante, Miura e os que lutam para reduzir as mortes tem sido combatidos por muitos, particularmente por políticos em busca de votos fáceis: em Brasília, houve mais de cem ações judiciais contra Miura. Quem comandou a frente anti-Miura foi Luiz Estevão, que posteriormente se distinguiu por ser o primeiro senador a ser cassado por falta de decôro. Em uma dessas ações, um “juiz” deu ganho de causa a Luiz Estevão e os pardais foram desligados por duas semanas. As mortes aumentaram. Posteriormente, a decisão foi revertida. As mortes voltaram a baixar. A derrota de Cristovam Buarque significou a ascensão de Joaquim Roriz, que me parece mais preocupado com apagar a memória de Buarque do que fazer o melhor governo para a população do Distrito Federal. Roriz abandonou o Paz no Trânsito e a taxa de mortos por dez mil veículos não apenas parou de descer, mas voltou a crescer. Houve muitos protestos e algumas medidas foram mantidas. No fim do primeiro mandato, Joaquim Roriz exibia uma taxa mais alta, de 6,4, do que seu antecessor em seu último ano de mandato. O Distrito Federal andou para trás em alta velocidade. A equipe do Paz no Trânsito foi desfeita e o Forum Permanente pela Paz no Trânsito, que congregava especialistas, governo, mídia, empresários, outros representantes da sociedade civil e interessados acabou fechando as portas por falta de apoio do governo do Distrito Federal.

Miura transferiu a luta pela vida se transferiu para outros locais; como não liga para partidos, vai onde possa salvar vidas. Em 1999, esteve presente, juntamente com o então comandante do Batalhão de Trânsito, Coronel Renato Azevedo, que trouxe as faixas da cidadania para o Brasil, ao lançamento da campanha "Faixa de Pedestre - A Vida Pede Passagem", convidado pelo governador Garibaldi Filho, do PMDB; Miura esteve em Boa Vista, convidado pela Prefeita Teresa Jucá, que oscilava entre o PSDB e o PPS. Foi deixando a sua marca. Recentemente, Miura foi para Maringá, administrada pelo prefeito Silvio do PP. As mortes estavam crescendo rapidamente. As iniciativas não se fizeram esperar: a campanha "Faixa: Tô parando nessa!", desenvolvida na Semana Nacional do Trânsito, reproduziu as taxas da cidadania que foram adotadas em várias cidades do Brasil com sucesso. As faixas tem a finalidade de fazer com que os motoristas reavaliem sua maneira de dirigir e prestem maior atenção à segurança e velocidade adequada no trânsito urbano. Os resultados não se fizeram esperar: de janeiro a novembro de 2005 foram registrados 54 óbitos; no mesmo período do ano anterior, em 2004, foram 77 mortes, uma redução de 30%. O crescimento das mortes nos últimos anos (52, 56, 61 e 85) fazia esperar um crescimento de, aproximadamente, dez mortes. Maringá enfrenta, em forma grave, um crescente problema de muitas cidades brasileiras: 31 dos 54 óbitos eram de motociclistas e seus passageiros. Novos problemas, novas soluções. Miura não é arrogante: busca todas as medidas que dão certo sem pretender ser o autor de uma delas. Dada a escassez de recursos, instalou pardais falsos e verdadeiros, uma medida tentada com sucesso na Austrália.

O que me levou a escrever este artigo foi uma fotografia de Miura fiscalizando diretamente uma faixa da cidadania em Maringá. A foto revelava que Miura fazia quimioterapia. Posteriormente, descobri que enfrenta um linfoma. Porém, o câncer não alterou uma iota no compromisso de Miura com a sua missão de salvar vidas no trânsito. Continua dedicado a ela. Participou e iniciou programas que salvaram milhares de vidas de pessoas que nem sabem da sua existência. Nessa missão, a vida menos relevante para Miura é a dele próprio.


Gláucio Ary Dillon Soares




Notícias relacionadas às atividades de Miúra:

Natal vem apresentando queda no número de mortos no trânsito. Houve uma redução de 10,34% se comparado com os quatro primeiros meses do ano passado. Foram 29 mortos em 1999 e 26 mortos este ano. Mas o alto número de pedestres preocupa.

Se não queres colher tempestade, não plantes o vento! Pense nisso e, some-se àqueles que têm contribuído para tornar o trânsito estadual mais humano, conforme atestam os dados estatísticos referentes ao período 1995-1999.
A despeito do crescimento de 34,1% da frota de veículos em circulação pelas ruas de Natal, no mesmo período, o número de mortes no trânsito caiu 76,3%. Em termos absolutos, isto significa uma redução de 164 mortes em 1995 para 93, no ano de 1999, bem como, uma redução percentual de 14,15 para 5,98 vítimas fatais de trânsito por 10.000 veículos. Com estes índices, Natal se situa hoje entre as 10 capitais brasileiras onde o trânsito é menos violento.


O Paz no Trânsito foi divulgado fora do país: apenas um exemplo -

Even backed by popular approval in the opinion polls (96%), the Program has found resistance in the elite spheres of society. The businessman and deputy Luiz Estevão, opposition leader to the Workers Party, sponsored lawsuits contesting the legal basis for installing electronic speed-controlling systems. Justice accepted one of these suits and prevented electronic fines from being applied during two weeks in 1996. Society promptly reacted to that.
Other Brazilian cities have copied Brasilia’s example. The neighboring city of Goiânia, state capital of Goiás in the Midwest Region, and the city Natal in Rio Grande do Norte in the Northeast of Brazil, have also adopted the practice of respect to the crosswalks. Belém, capital of the state of Pará, and Boa Vista, capital of Roraima, both states in the North Region, are examples of cities which have hired the services of professionals from the Peace in the Traffic Campaign to reproduce the safety program in their cities.
In the South Region, Brasilia has inspired the programs which were developed in the cities of Porto Alegre, in the State of Rio Grande do Sul, and in Curitiba, in the State of Paraná. São Paulo and Rio de Janeiro, in the Southeast Region, are presently making use of the electronic speed control system. Sergipe, State capital of Aracaju, and Natal, capital city of Rio Grande do Norte, both States in the Northeast Region of Brazil, have adopted the Peace in the Traffic Program.

20/09/2005 Campanha quer conscientizar sobre a faixa de pedestre

Divulgação

Placas serão distribuídas em 22 locais de grande fluxo de pedestres

A partir desta quarta-feira, dia 21, a Secretaria Municipal dos Transportes (Setran) lança oficialmente a campanha educativa para que condutores de carros, motos e bicicletas passem a respeitar as faixas para pedestres, mesmo que não haja semáforos nesses locais.
A iniciativa faz parte da campanha "Faixa: Tô parando nessa!", desenvolvida em Maringá nesta Semana Nacional do Trânsito, com a finalidade de fazer com que os motoristas reavaliem sua maneira de dirigir e prestem maior atenção à segurança e velocidade adequada no trânsito urbano.

As placas de orientação aos motoristas, atualmente cobertas, vão ser descerradas às 9 horas da manhã desta quarta-feira. Elas estão distribuídas em 22 locais de grande fluxo de pedestres no centro da cidade e considerados de alto risco de atropelamentos.
Nos próximos dias, voluntários integrantes de entidades sociais da cidade permanecerão nesses locais realizando ações de orientação, sempre acompanhados de um policial militar, um agente de trânsito, um atirador do Tiro de Guerra ou soldado do Corpo de Bombeiros.
Os voluntários terão a disposição faixas para alertar os motoristas para que reduzam a velocidade e dêem preferência de travessia ao pedestre nesses pontos.
De acordo com o diretor de Trânsito do município, Luís Miura, em uma segunda etapa as placas e faixas específicas para pedestres serão estendidas também para pontos considerados críticos nos bairros da cidade.

Londrina quer implantar projeto

Talvez leve tempo, mas autoridades de trânsito de Londrina também querem implantar na cidade o sistema em que o motorista pára ante a faixa assim que o pedestre manifesta a intenção de atravessar a rua, mesmo sem a presença de um semáforo.

Em Brasília, o sistema funciona desde 96. O norte-paranaense Luis Riogi Miura, que implantou o sistema em Brasília, foi convidado pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) a ser uma espécie de consultor no processo de conscientização dos motoristas locais.

Redação - Bonde
Londrina

Campanha “Respeito ao Pedestre” será lançada amanhã

Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2005 11:46
PMM

Amanhã, às 10h30, o prefeito Silvio Barros II vai lançar a campanha “Respeito ao Pedestre”. O local escolhido foi nas proximidades da faixa para pedestre, que fica entre a rua Piratininga e avenida Brasil.
De acordo com o diretor de trânsito, Luis Miura, após o lançamento da campanha, no mesmo local, haverá uma demonstração de como o motorista deve dar preferência ao pedestre na faixa exclusiva para o mesmo. A campanha consiste em reforçar que, na faixa, a preferência é para o pedestre. A contar de amanhã, o trabalho será essencialmente educativo e orientativo e daqui a 30 dias haverá uma fiscalização mais intensa para que o motorista respeite o pedestre.

Já o ex-diretor do Departamento de Trânsito de Brasília e Psicológico, Luís Miura, convidado pela Prefeita Teresa Jucá para resolver o problema do trânsito em Boa Vista, afirma que “A ação mais eficaz para normatizar o trânsito de qualquer cidade passa por três processos que devem ser aplicados ao mesmo tempo: educação, engenharia de trânsito e fiscalização. Em Boa Vista é perceptível a falta de educação, a engenharia de trânsito é quase inexistente e a fiscalização é despreocupada. “ A Educação é o melhor remédio, ainda que a longo prazo para resolver o problema de trânsito”, completou.

O trânsito de Brasília está, novamente, a merecer uma atenção especial das autoridades e da própria sociedade. Vários indicadores, alguns facilmente mensuráveis nas estatísticas e outros nem tanto, evidenciam essa necessidade. Os brasilienses estão, por exemplo, cada vez mais relapsos na direção, segundo dados coletados pelo Corpo de Bombeiros. Em 2004, a corporação registrou 4.589 acidentes. Em 2005, foram 6.231 notificações. Conseqüentemente, a quantidade de vítimas fatais também foi maior, algo em torno de 30%, segundo o mesmo levantamento.

Luís Miura, ex-diretor geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, hoje diretor municipal de Trânsito de Boa Vista (RR).

MARINGÁ - A Secretaria Municipal dos Transportes de Maringá (Setran) quer reduzir o número de acidentes durante o período de férias colocando em funcionamento do antigos "pardais", radares de controle de velocidade agora baizados de Salva-Vidas.

Os equipamentos estão nas principais ruas e avenidas da cidade, mas por enquanto apenas para testes e aferição. As multas começam valer apenas a partir de meados de janeiro. "Além de evitar ocorrências no trânsito, que tendem a aumentar nesse período do ano, a medida procura testar os equipamentos em implantação e orientar os motoristas que dirigem acima da velocidade para os riscos de acidentes", justifica o secretário Valdir Pignata.

Nesta primeira etapa do projeto estão sendo instalados seis equipamentos eletrônicos para controle de velocidade em 40 pontos críticos. Os locais são basicamente onde estavam instalados os pardais.

Os equipamentos vão funcionar em sistema de rodízio e, a médio prazo, serão ampliados para 80 pontos. A prioridade são os trechos mais perigosos das avenidas Colombo, Brasil, Mandacaru e Pedro Taques. Agora, no início, os motoristas que passam pelos equipamentos de controle acima da velocidade máxima permitida vão receber, em casa, um comunicado sobre o tipo de infração cometida e a punição que poderia ser imposta para o caso. "A partir da metade de janeiro esses abusos praticados passarão a ser punidos de acordo com os incisos do artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro", alerta o secretário.

A multa prevista para esses casos é variável. Ela vai de R$ 127,69 mais a perda de cinco pontos na carteira para o motorista que atingir 20% da velocidade máxima permitida para o local (infração grave), até R$ 574,56 mais a perda de sete pontos na CNH ou a suspensão do direito de dirigir para velocidade superior a 50% da máxima permitida (infração gravíssima).

Pignata revela o resultado de uma pesquisa, revelando que 92% dos entrevistados são favoráveis à instalação de controladores de velocidade - os chamados "salva-vidas no trânsito". Também neste período de festas de final de ano a Setran está promovendo blitze educativas para orientar condutores de veículos a respeitar as faixas de pedestre.

Na Campanha Transporte com Lona, que reivindicou que os veículos que transitam pela cidade de Maringá com entulhos e materiais a granel usem conforme a legislação lona cobrindo a sua carga. O prêmio YPÊ ROXO foi para: Luís Miura.

Saturday, April 22, 2006

Idosos etc


Claro! A gente envelhece e fica mais preocupado com os idosos, antes devidamente ignorados. Envelhecer no Brasil de hoje não é fácil. Por isso escreví Envelhecer em tempos de cólera no JB em 28/ABR/2005
Outro artigo foi publicado no jornal do Brasil, chamado Para sempre e fala das relações entre pessoas de diferentes idades, sobretudo de mulheres mais velhas do que seus companheiros

Para sempre


FELIX BERARDO, GERONTÓLOGO da Universidade da Flórida, conta que apresentou uma ex-aluna, com dois ou três casamentos que não deram certo, a um professor bem mais velho que se aposentara por problemas de saúde. Achava que ela poderia se beneficiar de uma relação com uma pessoa mais madura e estável, e que ele teria um pouco de alegria num momento difícil. Meses depois, os dois se casaram e mudaram para outra cidade. Após sete anos Felix recebeu um convite para ir ao funeral dele. Sem graça por havê-los apresentado, além dos pêsames de praxe, tentou se desculpar. Ela não deixou que ele terminasse, dizendo:
“Não diga bobagem: foram os sete anos mais felizes da minha vida. Faria tudo outra vez”.
A história de C.H., um brasileiro, é muito diferente. Tinha estudado nos Estados Unidos e
passado muito tempo em vários países. Dava aulas numa federal onde conheceu um casal que desejava estudar fora. Conversou muito com eles e os orientou. Quinze anos mais tarde, casualmente, a reencontrou. Ela estudara e passara algum tempo em países onde ele também vivera. Divorciada, tivera alguns relacionamentos fracassados e se dedicava à profissão. Saíram algumas vezes. Tinham muito em comum, começando com a importante experiência nos Estados Unidos, México e Costa Rica. A militância contra a ditadura trazia lembranças que os uniam. Tinham uma ampla cumplicidade. O sexo era importante e bom, mas nunca fora central na vida dos dois. Não obstante, um dia ela terminou a relação, explicando: “Para sempre... Nós, mulheres, sonhamos com relacionamentos e casamento para sempre”. Tudo dava certo, mas ela não poderia buscar uma relação “para sempre” enquanto estivessem juntos. E, com ele, o “sempre” seria mais curto.
Quantos relacionamentos entre pessoas com idades ou em estágios de vida diferentes não são vividos, ou não são vividos em sua plenitude, porque buscamos algo “para sempre”? “Para sempre” e “infinito enquanto dure” são duas posturas comuns, mas quase opostas: a primeira combina a fantasia e o dirigismo sobre o romance; a segunda aceita que somos contingentes e nossos romances também. Seus seguidores praticam o abandono. O romance, que tem dinâmica própria, decide seu próprio fim. A transcendência estaria na intensidade e não na duração. Essa postura, romântica, tem outro tipo de problemas, em particular para os filhos: não basta que o amor entre os pais seja “infinito enquanto dure”. Eles pagam um alto preço pelos divórcios.
As sociedades regulam as relações de seus membros de maneira variada, inclusive o que deve ou não deve ser igual. Em muitas, o gênero deve ser diferente, masa idade deve ser semelhante, assim como a raça e classe social.
Essas normas são heranças antigas. Porém, os padrões de relacionamento são afetados pela demografia. A esperança média de vida cresceu muito: em 1940 era de 45,5 anos e está perto de 72, um ganho de 26 anos. Essa é a esperança ao nascer; os que chegam aos 40 tem uma esperança bem maior. Apareceram os “novos velhos”, de corpo novo e alma nova, mas muitas atitudes e valores ficaram defasados. Se, em 1940, quem passava dos 45 estava no lucro e se comportava como tal, hoje, na mesma idade, as pessoas tem quatro décadas ativas pela frente. Profissionalmente, aos 40 há mais tempo pela frente do que para trás, depois de terminados os estudos. A “crise dos 40”, que indicava o início da velhice, hoje marca o fim da juventude.
Há mais velhos e os velhos de hoje são diferentes. Muitos se rebelaram contra o rótulo de velhos. Contudo, a ampliação da vida não foi igual para homens e mulheres. A violência criou um excedente feminino: entre 1979 e 2002, foram assassinados 645.165 homens e 61.085 mulheres, criando um déficit de mais de 580 mil homens. As mortes violentas, por causas externas, foram ainda maiores: 1.961.219 homens e 418.248 mulheres, criando um déficit de mais de um milhão e meio de homens. Em 2000, o excedente de mulheres era de 2,5 milhões, mas chegará a seis milhões em 2050. Entre 50% e 60% do déficit de homens se devem à
violência. A diferença entre a esperança de vida de homens (66,7) e mulheres (74,3 ) atingiu 7,6 anos em 2000. A violência, muito concentrada em homens jovens e pobres, criou um excedente de mulheres igualmente jovens e pobres, parcialmente represado social e espacialmente,
afetando os padrões de relacionamentos. Aumentou o sexo (e a paternidade) itinerante dos
homens, diminuiu a fidelidade de todos. Cresceram as famílias com filhos de pais diferentes. Algumas mulheres pularam a cerca da idade e/ou a da geografia social em busca de amor e segurança, ainda que como a segunda (e até terceira) companheira.
Porém, as fantasias não se ajustam automaticamente às mudanças demográficas, condenando muitas mulheres a prolongada solidão. O preconceito contra as relações com ampla diferença de idade é muito maior se a mulher for mais velha. Mas essas relações entre o outono e a primavera podem dar certo? Podem. Vera e Berardo, em 1985, derrubaram dois mitos, demonstrando que os casamentos com muita diferença de idade eram mais frequentes entre os pobres (e não, como se acreditava, entre velhos ricos e mulheres jovens) e que não eram nem mais nem menos felizes do que os com pouca ou nenhuma diferença de idade. Barbara Lovenheim afirma que o estresse da vida moderna está matando muitos americanos e que muitos homens jovens que amam mulheres bem mais velhas enfatizam que a independência e a
maturidade da mulher reduzem muito o estresse que existe nos relacionamentos. A vida “lá fora” já tem estresse demais.

As vítimas ocultas

A observação dos familiares e amigos das vítimas, fatais ou não, da violência abriu novo caminho de pesquisa. Tive que aprender muito, porque parte grande das análises fôra feita por psiquiatras, psicólogos e psicoanalistas. Gerou necessidade de aprendizagem e de cautela. Fizemos ampla pesquisa com as vítimas ocultas. Dei uma entrevista sobre esta pesquisa para Thais Aguiar em 11/03/2005

Esse interesse foi precedido por artigos como
A PSICOLOGIA DO MEDO, publicado em O GLOBO 21/05/02, pág. 7, outro O medo invisível, publicado no JB em 10/10/2004

Universidade, pesquisa etc

Recebí uma solicitação da FSP para escrever um artigo para o caderno Mais, o que fiz em - 04/03/200616h32, chamado Não existe almoço grátis Pode ser baixado. É importante notar que há problemas com a comparação de instituições muito diferentes em países muito diferentes. Se quizer baixar em pdf clique aqui.

Outra solicitação se refere à profissão de sociólogo, que foi publicada
O sociólogo como detetive, artigo publicado em 18/02/2005 em CT Jovem. O objetivo foi transmitir a noção de que a pesquisa sociológica é como uma investigação policial, de mistério à solução.

Artigos sobre fé e religião

Nessa rubrica entram artigos acadêmicos e artigos de pesquisa jornalística. Um deles reúne informações sobre como as pessoas com fé enfrentam melhor a vida e, sobretudo, as vicissitudes e a morte. Clique em A ciência prova: a fé ajuda a viver melhor, publicado por O Globo em 08/04/2005. O mesmo artigo se encontra no site do Jornal da Ciência
A religião é uma dimensão importante na vida e na conduta. Tenho pesquisado as conseqüências da religião e da religiosidade, seus determinantes, as crenças dos religiosos e dos não religiosos.
Deus e o diabo são personagens presentes no Cristianismo. Usando dados de
survey, tentei ver a estrutura relacional das crenças relacionadas a eles. Estão em Deus e o diabo na terra dos homens que foi publicado n'O Globo em 04/08/2005.

O otimismo é parte disso.
Em 2002, pesquisadores da Clínica Mayo em Rochester, Minn., concluíram que as pessoas otimistas reduziam seu risco de morte à metade, em comparação com os pessimistas. Ou seja, quem acha que a vida é boa vive mais. Como? Ninguém parece saber ao certo, mas há sugestões de que a depressão aumenta o risco de morte e enfraquece o sistema imune, de acordo com o Dr. Toshihiko Maruta.
Claro que parar de fumar, exercitar e reduzir o excesso de peso, além de uma boa dieta são meios comprovados de viver mais e melhor, de reduzir o risco. Mas é mais do que isso: Dr. Howard Friedman, psicólogo que trabalha na Universidade da California, em Riverside, diz que a
conscientização é parte importante do processo. Ela implica em reagir de maneira construtiva e positiva, tentando fazer que todos os ambientes sociais sejam ambientes felizes. É aí onde a presença de psicopatas e outras pessoas destrutivas pode causar um grande mal.
Até animais ajudam. Desde que, em 1980, foi publicado em Public Health Reports demonstrou que entre as vítimas de ataques cardíacos as que tinham animais domésticos tinham taxa de sobrevivência 28% mais alta do que as que não tinham, os animais domésticos passaram a ser levados em sério. Para ler um artigo sobre o tema clique aqui.
Outro estudo, da Johns Hopkins University School of Medicine, feito em 2002 demonstrou que pessoas raivosas tinham uma probabilidade de ter ataques cardíacos prematuros que era TRES vezes mais elevado do que os que tinham menos raiva e SEIS vezes mais de ter um ataque cardíaco até os 55.... Sabemos que raiva e ódio aumentam a pressão e essa pode ser a explicação.

A complexidade das análises eleitorais multinível

As eleições durante a ditadura foram muito influenciadas pelo eixo pró-contra governo militar. Agora é possível ir além. As eleições de 1988 no Distrito Federal permitiram vários avanços: estimuar o impacto de gestões diferentes de dois governadores, Cristovam e Roriz, usar dados de um survey juntamente com dados de nível agregado. Integrar tudo na análise das intenções de voto. Ver e baixar de SOARES, Gláucio Ary Dillon. Searching for the lost rationality: some determinants of the popular vote in the Federal District. Rev. bras. Ci. Soc., 2000, vol.15, no.43, p.05-23. ISSN 0102-6909.

Mídia e comunicações

Nos segundos tempos de Brasília, tivemos um pequeno recurso do CNPa para estudar a América Latina em três jornais: Jornal do Brasil; Folha de São Paulo e Correio Braziliense. Projeto barato que deu certo. Tudo o que recebemos foram pequenas bolsas de iniciação científica. Deu artigo, tese e monografia premiada. Baixar de SOARES, Gláucio Ary Dillon. A América Latina na imprensa brasileira. Opin. Publica, 2004, vol.10, no.1, p.63-90. ISSN 0104-6276.

No plano político, não é possível ignorar o papel crescente dos marqueteiros e da internet. Engajado na campanha contra as armas, sofri com a derrota - democrática e legítima - do SIM. Um dos artigos a respeito foi publicado em Convive , Comitê Nacioinal de Vítimas da Violência e se chama Adeus à Democracia Pode baixá-lo ou lê-lo abaixo:

Referendo – Artigo

Adeus à Democracia

Gláucio Ary Dillon Soares

Ganhe o SIM ou o NÃO, a democracia perde ou ganha? Ganha porque o povo brasileiro decide; perde porque decide de acordo com os marqueteiros. Quando se discutiu o horário gratuito, o ideal era nobre: limitar a influência do poder econômico, dar uma chance a quem não tinha dinheiro de defender suas idéias diante do grande público. Seria um momento para confronto de dados, resultados de pesquisas, idéias, argumentos, com benefício para o público. Um refinamento da cultura cívica. Não se previu que as campanhas se tornariam batalhas entre imagens e não entre propostas e seus alicerces factuais e ideológicos.

Sim, o marqueteiro do NÃO é bom. Elegeu, imaginem, Fernando Collor. E talvez convença a maioria do público brasileiro (já convenceu uma parte grande) de que aumentando as armas de fogo, aumentará a segurança e diminuirão as mortes violentas. Os dados mostram o contrário.

Como é possível?

Numa sociedade de telespectadores, a mídia, e a TV em particular, tem função muito importante. Porém, o tempo disponível é muito curto para expressar uma idéia complexa. A palavra perde importância, sendo reduzida a frases de efeito. Talvez o encurtamento das cenas no quotidiano da TV reduza a nossa atenção e nos impeça, por um cansaço induzido, de apreciar monólogos e diálogos mais longos, argumentos mais complexos – na TV e na vida também. Vivemos, cada vez mais, num mundo rápido, de tiradas e de mentirinha onde, pasmem!, acabaram os cômicos, aqueles que fazem rir com suas palhaçadas. Êles foram substituídos por risos gravados no estúdio, de mentirinha, manipulados à vontade pelos editores dos programas. O seriado cômico de maior sucesso nos Estados Unidos, Friends (Amigos) durou uma década. É assim.

Robert Putnam, critica o isolamento social: que mais americanos assistem Amigos do que têm amigos. Em Bowling Alone, Putnam critica o fim da sociedade participativa e dá números: declínio de um terço no comparecimento a reuniões públicas e no número de sindicalizados; queda, pela metade, na participação em partidos; o tempo passado com amigos caiu 35% e assim por diante. A sociedade associativa, participante, com fortes governos locais, descrita por Tocqueville, foi substituída pela sociedade do divã em frente à televisão.

Porém, há uma competidora da televisão que, ainda nanica hoje, cresce rapidamente e promete ser gigante amanhã: a internet. A internet, como a televisão, pode ser um grande instrumento de desenvolvimento político, de democratização do conhecimento. Está levando o conhecimento contido em bibliotecas que eram privilégio do Primeiro Mundo ao Terceiro Mundo, a despeito da caríssima intermediação de empresas que nos vendem o que nós publicamos. A internet me permite (e a muitos outros) dar aulas a estudantes ginasianos espalhados pelo Brasil; permite, também, o furto de identidades, pedofilia, fraudes, divulgação de técnicas de construção de bombas e minas etc. O referendo produziu uma feroz campanha quase unilateral pela internet onde se divulgaram alguns fatos, algumas idéias e, infelizmente, um gigantesco besteirol - no qual muitos acreditam. Por esse meio, o NÃO mobilizou muito mais gente do que o SIM.

Afinal, o NÃO mobilizou quem gosta de armas, e sabe disso, quem tem medo, e sabe disso. Os maiores interessados na vitória do SIM são as futuras vítimas das armas de fogo, os que morrerão e os que serão feridos, muitos dos quais, ironicamente, estão defendendo o NÃO. Mas êles não sabem que vão morrer e que vão ser feridos. Os maiores defensores do SIM morreram e não votam mais.

Podemos calcular, dentro de margens probabilísticas seguras, quantos vão morrer. Não é mistério, já o fiz muitas vezes e qualquer um pode fazê-lo. Mas, como transformar uma probabilidade em um sentimento? Pesquisas, ciência e conhecimento não conseguem. Números não criam identidades.

Mas imagens e emoções como o medo, criam. Estereótipos criam. A imagem do criminoso gerada pelo NÃO junta todos os preconceitos num clip de vinte segundos. Um homem, escuro (claro!!!), com brincos, cabelo pixaim (mas só um pouquinho para que o racismo não seja óbvio), de origem pobre, dentes estragados, mas tratados a ouro, com um sorriso perverso. Do outro lado, defendendo o NÃO, um jovem, branquíssimo (claro!!!), alourado, musculoso, parecendo ingênuo e sincero, de classe média. Em vinte segundos, o marqueteiro do NÃO condensou os preconceitos raciais e sociais mais poderosos da sociedade brasileira. E ganhou votos.

Num mundo movido a imagens, a verdade está perdendo o sentido. Se coloca o que ganha voto, falso ou verdadeiro. As campanhas eleitorais “vendem” imagens. Emplacaram Collor e os anões do orçamento, assim como os corruptos da vez e outros que estão escondidinhos. Há décadas suspeitávamos de Maluf, que se elegeu prefeito e foi candidato a presidente e a governador, recebendo milhões de votos. O jogo de imagens zerou a correlação entre a pessoa real e a persona política. A imagem pode ser a antítese da realidade.

Em 1948, George Orwell publicou 1984. Cinco anos depois, Ray Bradbury publicou Fahrenheit 451. Eram, na época, livros de ciência ficção, preocupados com a lavagem cerebral feita por governos totalitários, dominando a leitura e reescrevendo a história, num, e queimando livros e concentrando a comunicação na televisão, noutro.

No Brasil, pouco mais de meio século depois, em parte, a ficção virou realidade. Politicamente, estamos longe, muito longe – felizmente – de uma ditadura.

Somos uma democracia de imagens.

Gláucio Ary Dillon Soares

IUPERJ


O poder crescente da internet é tema de muita conversa e pouca pesquisa no Brasil. Temos alguns ensaios com insights, mas poucas pesquisas. Profissionalmente, a internet foi de grande auxílio para mim, mas há sérios problemas. Coloquei algumas idéias e dados (outro ensaio, agora meu) em artigo publicado no Jornal do Brasil, Anjo ou demônio?


Pesquisas sociais e sobre mídia

Nos segundos tempos de Brasília, tivemos um pequeno recurso do CNPa para estudar a América Latina em três jornais: Jornal do Brasil; Folha de São Paulo e Correio Braziliense. Projeto barato que deu certo. Tudo o que recebemos foram pequenas bolsas de iniciação científica. Deu artigo, tese e monografia premiada. Baixar de SOARES, Gláucio Ary Dillon. A América Latina na imprensa brasileira. Opin. Publica, 2004, vol.10, no.1, p.63-90. ISSN 0104-6276.

A moldura política das mortes violentas


Acreditem que bons governos salvam vidas e maus governos matam seus cidadãos. É o que pretendo provar usando dados secundários usando, sobretudo, dados do ex-bloco comunista. Ver SOARES, Gláucio Ary Dillon. As co-variatas políticas das mortes violentas. Opin. Publica, 2005, vol.11, no.1, p.192-212. ISSN 0104-6276. É só baixar.

O mundo ficou impressionado com o Tsunami. As catástrofes, naturais ou feitas pelo homem, são recorrentes e muitos consideram as naturais inevitáveis, mas suas conseqüências dependem da competência e da capacidade de resposta dos governos. Em Estamos preparados?, que publiquei em 04/01/2005 n'O Globo, enfatizo como a população servida por governos competentes paga um preço menor do que a que vive em áreas com governos incompetentes.
No plano jornalístico, há vários artigos. Escreví um em colaboração com Julita Lemgruber e Ignácio Cano chamado Sete teses equivocadas sobre a criminalidade e a violência (clique) publicado em O Globo, 25/01/2001.
Outro realça a experiência positiva de Bogotá,
Tem Jeito, Sim! Está no site da UERJ. Desça um pouco do primeiro artigo.
Usando o exemplo de Bogotá, enfatizei a importância das eleições municipais em entrevista dada a Carlos Brazil em 16/07/2004,
Influências e efeitos das Eleições Municipais 2004 que inclui outras opiniões.

Os problemas éticos
e de corrupção, além da incompetência, são uma preocupação constante. No Estado do Rio de Janeiro vivemos uma triste situação de orfandade ética, sem ninguém que defenda a decência. Por isso publiquei Além do Fato: Órfãos da ética no Jornal do Brasil de 08/06/2005.
Dei uma entrevista para Ivan Kasahara, sobre a Desigualdade Social e seu papel (sem exagêros) no condicionamento do crime. O título foi Desigualdade social, Todos podem colaborar

A "moldura política" do crime não se refere apenas ao que é feito, mas ao não feito também: escolhas não feitas, caminhos não seguidos. Dei uma entrevista para a Miriam Leitão, a entrevistadora dos sonhos de todo pesquisador, que, em sua coluna, sublinhou alguns pontos. No Panorama Econômico de 05/03/2006, ela sublinhou os pontos principais da entrevista.

Terrorismo: estamos preparados?

Pense realisticamente nas nossas polícias civís e militares. Acredita que elas estão preparadas para enfrentar o terrorismo organizado? Olhe para os nossos mandatários - no nível federal, estadual e municipal - e pergunte se estão preparados para defender os interesses do país. Têm o conhecimento e a experiência internacional requeridas para prevenir e evitar confrontos desnecessários?
Não pensem que nunca haverá ações terroristas no Brasil. E nem pense que terrorismo se refere apenas a movimentos islâmicos radicais.
A Espanha, com ampla experiência com terrorismo dos bascos mais radicais, não conseguiu impedí-lo.



Um pequeno grupo de extremistas islâmicos detonou bombas em Madrid, inclusive na estação de Atocha em hora de muito movimento. O que impede um grupo semelhante de fazer o mesmo na Central do Brasil? Estamos preparados para a globalização deste conflito? Olhe para a o Estado do Rio de Janeiro e pergunte se a governadora está preparada para mudar as Polícias Civil e Militar, equipando-as para garantir a nossa segurança. O que estamos destinados a fazer? Chorar os mortos como a menina abaixo em Madrid?





























15.03.04: Madrid aftermath

Remembrance
Algumas sociedades foram tomadas de surpresa por ataques terroristas. Bali foi. Bali, um ponto de turismo, como o Rio de Janeiro, Maceió, Salvador. Busquem mapas de ataques terroristas e dar-se-ão conta de que é uma triste realidade que se globalizou.


site Image
REUTERS

Vamos eleger pessoas competentes, que apoiem e treinem nossas polícias, ou vamos apenas carregar e cobrir os mortos como em Bali?


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BEAWIHARTA/REUTERS

Ou ver incêndios facilitados pela nossa incompetência na hora de votar?

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AFP

Até nos Estados Unidos, com o maior gasto em segurança nacional do planeta, a incompetência permitiu atos terroristas bem coordenados que envergonharam o país e o levaram a duas guerras, uma delas sem fim em vista. Veja a imagem da Wikipédia.

WTC_attack_9-11.jpg (9KB, MIME type: image/jpeg)

Pense bem antes de votar.
E lembre-se que a competência tem que estar presente, também, no Legislativo.

Homicídios, crimes e suicídios

Este é um tipo sui-generis de homicídio. Para escrevê-lo tive que fazer um extenso trabalho na internet buscando artigos e livros com resultados de pesquisas que pudessem ser trebalhados, minha preferência, ou reproduzidos quando tivesse imiplicações diretas para as hipóteses do artigo. Deu muito trabalho. SOARES, Gláucio Ary Dillon. To kill and then, die. Opin. Publica, 2002, vol.8, no.2, p.275-303. ISSN 0104-6276.


A questão da impunidade tem sido pouco trabalhada, embora sua importância seja reconhecida. Julita Lemgruber e Ignácio Cano estão entre os pioneiros no Brasil. Dei uma entrevista para a Mariana Carneiro do Jornal do Brasil em 18/04/2004, que pode ser baixada aqui: ''A certeza da impunidade''


Artigos sobre câncer

A experiência do câncer é brutal, ainda que, espiritualmente, possa elevar quem o sofre. Os homens são considerados o default gender nas análises da saúde, mas a distribuição de verbas depende mais da organização do que de uma diferença de gênero. É o que procuramos mostrar em
COUTINHO, Marília and SOARES, Gláucio A. D. Men: the disorganized majority. Dados, 2000, vol.43, no.2. É só clicar na parte sublinhada e baixar o artigo do Scielo.

Monday, April 10, 2006

Dois trabalhos em italiano das décadas de 60 e 70

Rivista Italiana di Scienza Politica 1976 - vol. VI


n. 1

Giuseppe Di Palma, Contenuti e comportamenti legislativi nel parlamento italiano, vol. VI, n. 1, 1976, pp. 3-40

Adriano Pappalardo, Requisiti per la stabilità delle coalizioni, vol. VI, n. 1, 1976, pp. 41-70

Maurizio Cotta, Classe politica e istituzionalizzazione del parlamento: 1946-1972, vol. VI, n. 1, 1976, pp. 71-110

Alan Zuckerman e Mark I. Lichbach, L'elettorato dei partiti europei, vol. VI, n. 1, 1976, pp. 111-38

Antonio Lombardo, Sistema di correnti e deperimento dei partiti in Italia, vol. VI, n. 1, 1976, pp. 139-62

n. 2

Gianfranco Miglio, Le trasformazioni dell'attuale sistema economico, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 213-42

Paolo Zannoni, L'orizzonte temporale dei regimi democratici, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 243-60

Giacomo Sani, Le elezioni degli anni settanta: terremoto o evoluzione?, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 261-88

Antonio Papisca, Comunità Europea: dal consenso permissivo alla partecipazione politica, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 289-330

Glaucio A.D. Soares, Lo Stato in America Latina, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 331-52

Mario Caciagli, La scienza politica nella Repubblica Federale Tedesca, vol. VI, n. 2, 1976, pp. 353-76

Artigos que podem ser obtidos na Argentina, Espanha e México

Las minorías activas: estudio de su ideología y actividad > Revistas: Desarrollo Económico: revista de ciencias sociales, julio - septiembre 1967

Trata da relação entre radicalismo, por um lado, e participação e ativismo, pelo outro.





El Debate Político, año 2, nro. 3 (Noviembre de 2005)









PRESENTACIÓN
9
SEGURIDAD INTERNACIONAL Y SEGURIDAD PÚBLICA
Estados Unidos como un asunto de seguridad.
JUAN GABRIEL TOKATLIAN
14
El Estado, la política de la droga y la democracia en los Andes.
EDUARDO A. GAMARRA
25
La situación política en Colombia.
FERNANDO CEPEDA ULLOA
48
Uribe, seguridad sin política.
ANTONIO NAVARIZO WOLFF
63
Inmigración, política y percepción de inseguridad en España.
LETICIA DELGADO y RUT BERMEJO
71
Os ritmos da morte.
GLÁUCIO ARY DILLON SOARES
91



Programas de estabilización y presidencialismo imperial : Argentina, Brasil y Perú.
Soares, Gláucio Ary Dillon
Para ver o número clique abaixo:
Estudios Sociológicos, vol. XVIII, núm. 1, pp. 3-22.
Palabras clave y/o descriptores: América Latina | Política y gobierno | Políticas anti-inflacionarias | Poder ejecutivo |

Artigos em livros disponíveis na Argentina:

Biblioteca José María Aricó
Búsqueda de "DILLON SOARES, GLAUCIO ARY$" Se recuperaron 3 registros con la expresión "DILLON SOARES, GLAUCIO ARY$"
América Latina : Ensayos de interpretación sociológico-política — Santiago de Chile, cl : Editorial Universitaria, 1970 . — 384 p
Solicitar por: XIX H 3332

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Simposio sobre sociología de los intelectuales [1967 : Buenos Aires]. El intelectual latinoamericano : Un simposio sobre sociología de los intelectuales .— 1 ed — Buenos Aires, ag : Instituto Torcuato Di Tella, 1970 . — 253 p
Solicitar por: XIX H 3369

[Ver registro completo]

Elites y desarrollo en América Latina — Buenos Aires, ag : Paidós, 1967 . — 512 p
Solicitar por: XIX H 3382

[Ver registro completo]


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Biblioteca José María Aricó
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Artigos publicados na Espanha

Para ver três artigos publicados na Espanha é preciso que sua biblioteca tenha acesso à Dialnet.
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En búsqueda de la racionalidad perdida : algunos determinantes del voto en el Distrito Federal, Brasil / Glaucio Ary Dillon Soares
En: América latina hoy: Revista de ciencias sociales, ISSN 1130-2887, VOL. 29, 2001, pags. 81-107
Las relaciones entre el ejecutivo y el legislativo : Los programas de estabilización de en América Latina / Glaucio Ary Dillon Soares
En: Revista de estudios políticos, ISSN 0048-7694, Nº 106, 1999, pags. 45-63
Los mitos de la prensa y los votos en las elecciones de 1990 / Glaucio Ary Dillon Soares, Maria Celina D'Araujo
En: Revista de estudios políticos, ISSN 0048-7694, Nº 74, 1991 (Ejemplar dedicado a: Política en América Latina), pags. 277-296